mar 13, 2016
Via Marquês, 21 de abril de 2012. Steven Wilson pergunta ao público, de forma desastrada, por que havia tão pouca gente em seu show naquela noite. A questão, injustamente interpretada como arrogante, era pertinente. Por que o show em São Paulo foi, de longe, o mais vazio em toda a turnê sul-americana? Importante lembrar: a tour passou até por Caracas, que não é exatamente a capital mundial do rock. Não era arrogância, era uma curiosidade legítima. Vejam bem, não é um artista fracassado que não entende por que as pessoas não vão aos seus shows. A pergunta era especificamente para aquela noite. Como explicar tamanha disparidade? Como a gigantesca São Paulo leva menos de 20% do público presente em uma apresentação em Santiago, Cidade do México, Nova Iorque ou Londres? A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo: a indústria da música pesada no Brasil é ineficiente e defasada. Absolutamente todos os membros da cadeia não funcionam como deveriam: mídia, gravadoras, produtoras, agências, bandas, etc. O resultado é um público desinformado e desinteressado por novidades, bandas medíocres, mídia inexpressiva e gravadoras inúteis. Steven Wilson parece um exemplo ruim para iniciar um texto sobre a decadência da indústria do heavy metal no Brasil. Afinal, ele não é exatamente um artista de metal e sua música não é lá tão pesada. Porém, ele é o exemplo perfeito de uma indústria internacional que evoluiu e não chegou aqui. Em 2002 foi lançado “In Absentia”, o primeiro trabalho do Porcupine Tree em uma gravadora major. Este é, sem dúvida, o disco mais importante da carreira do Steven Wilson. Foi aí que sua...